Casa de Saúde Santana deixou de realizar cerca de 80 cirurgias após ser interditada


G1 BAHIA - A direção da Casa de Saúde Santana, unidade médica da cidade de Feira de Santana, a 39 quilômetros de Santo Estêvão, interditada parcialmente após uma vistoria da Vigilância Sanitária, informou nesta quinta-feira (1º) que já deixou de realizar 80 cirurgias desde que teve o centro cirurgico foi fechado, na última segunda-feira (29).

De acordo com informações do Núcleo Regional de Saúde (NRS), a medida foi tomada por conta do risco de contaminação na unidade de saúde. Também foram interditadas a farmácia e a lavanderia da unidade médica. Apenas o ambulatório da unidade de saúde está em funcionamento.


O diretor da Casa de Saúde, Germano Correa, disse que a expectativa é de que até a terça-feira (6) todos os problemas que provocaram a interdição sema resolvidos. Nesta quinta, ele entregou pessoalmente no NRS o cronograma com as providências a serem adotadas para corrigir as irregularidades identificadas pela Vigilância Sanitária.

"Vamos entregar até terça pelo menos as ações imediatas, que foi o que ficou combinado. Existem coisas a longo prazo, como a questão da lavanderia, por exemplo, que é para mudar todo o sistema, que leva muito tempo para estarmos nas condições ideais. O centro cirúrgico e a farmácia, que são setores primordiais, terça-feira já estarão em condições plenas", destacou Correa.


O coordenador do Núcleo Regional de Sáude, Edy Gomes, diz, entretanto, que mesmo que as providências sejam adotadas pela direçao do hospital até a terça, a unidade não será reativada imediatamente. "A Casa só vai ser desinterditada de forma gradual, a partir do momento em que forem sanadas as não conformidades apontadas no relatório de interdição".

A diretora da Vigilância Sanitária do estado da Bahia, Conceição Riccio, disse que a unidade médica estava com alvará sanitário vencido desde março de 2011 e que já tinha sido notificada várias vezes.
"A Vigilancia Sanitária de Feira de Santana vinha acompanhando a unidade e até o momento não tinha identificado uma situação mais crítica. Mas de 2011 para cá, a situação vem se agravando. Então, nesse momento, houve uma necessidade, pela avaliação da equipe, de fazer a interdição", destacou Conceição Riccio.


Conforme o NRS, o hospital, que é particular, mas atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS), informou que as áreas interditadas não possuem condições mínimas de funcionamento. Durante a vistoria, também foram lacrados os setores de nutrição e esterelização de materais cirúrgicos.

"Problemas estruturais. Problemas sérios de documentação. A gente tem uma unidade que não tem nenhum responsável técnico, por nenhum serviço. E o ponto de oferecer risco aos pacientes ali internados e expostos a cirurgia", explicou o coordenador da NRS, Edy Gomes.

Os pacientes que procuraram o hospital, considerado de referência em cirurgias ortopédicas eletivas, que não são consideradas urgentes ou de emergência, para marcar os procedimentos foram surpreendidos pela interdição.


A ala de fisioterapia da unidade de saúde está interditada desde novembro de 2016, pelos mesmo motivos. Na época da interdição, a Vigilância Sanitária do Núcleo Regional de Saúde informou que as instalações e equipamentos do local eram precários para o funcionamento.